sexta-feira, 28 de maio de 2010

Modelo nega ser 'rainha da coca'


Jovem colombiana de 30 anos detida em Buenos Aires era procurada há cinco meses pelas autoridades.



A rainha do café transformou-se em "rainha da coca". A modelo colombiana Angie Sanclemente Valencia, que perdeu a sua coroa de Miss Café 2000 por ter ocultado da organização que era casada, foi ontem detida numa residência de estudantes da capital argentina. O seu crime? Recrutar jovens mulheres para viajarem para a Europa com quilos de droga na bagagem. "Ela não é narcotraficante nem rainha da cocaína", disse a mãe.

Angie, de 30 anos, há muito que tinha saído dos hotéis de cinco estrelas a que estava habituada. Chegou à Argentina em Dezembro de 2009, dias antes de uma jovem de 21 anos ter sido detida no aeroporto internacional de Buenos Aires com 55 quilos de cocaína. As investigações levaram a polícia até uma estrangeira, que entrara no país com um cão. Nos registos do aeroporto, Lulú era propriedade de Angie Salcelmente (o nome com que a modelo se registou).

A 6 de Fevereiro, as autoridades prenderam Nicolás Gualco, o namorado de Angie, num hotel de luxo de Mar del Plata. O também modelo negou aquilo que outros membros da rede, entretanto detidos, disseram: que a namorada era a responsável pela recruta de "mulas" (nome dado às pessoas que aceitam transportar droga a troco de dinheiro). Uma informação que veio apenas reforçar o mandado de captura internacional, que já tinha sido emitido.

Mas Angie nunca chegou a sair da Argentina. Vivia desde Abril numa residência de estudantes, por onde já tinha passado em Fevereiro. Segundo o jornal Clarín, dizia ser mexicana e chamar-se Lucía Vallent, despertando a atenção dos responsáveis por causa da "mudança de identidade", já que anteriormente dissera que era argentina. Por seu lado, o El Nuevo Heraldo, de Miami, diz que a polícia conseguiu encontrá-la por causa das fotografias que terá publicado no seu perfil da rede social do Facebook, na Internet.



De acordo com o Clarín , a polícia irrompeu pelo quarto em que Angie vivia quando ela estava no banho, apanhando-a desprevenida. Em cima da mesa tinha apenas 36 dólares, documentos mexicanos com o seu nome verdadeiro e o livro O Banquete, de Platão. À porta da residência, Angie cobriu o rosto para evitar ser fotografada pelos jornalistas, enquanto a polícia a levava para o carro.

"Há uma conspiração contra ela. Vai-se provar a sua inocência", disse Jeannette Valencia, que afirmou aos jornalistas presentes junto à residência de estudantes ser mãe da modelo. A mulher terá contudo pedido dinheiro em troca de mais declarações, dizendo que vivia na rua há vários meses porque estava a tentar ajudar a filha. Apesar de ser inocente, Angie não se entregou às autoridades "por medo que a violem ou lhe cortem a cara na prisão", acrescentou Jeannette.

O mesmo argumento usou o advogado da modelo, acrescentando ter pedido às autoridades para que Angie não seja detida porque "uma mulher como ela, de uma beleza escultural, tem medo de ser violada e atacada na prisão". Guillermo Tiscornia indicou ainda não haver "uma única prova que indique que Angie é líder da rede de narcotráfico". Mas as autoridades estão convencidas de que a modelo ocupa "um escalão importante na organização", indicou o chefe regional da Polícia de Segurança Aeroportuária, Maximiliano Lencina.

Segundo os media colombianos, depois de ter perdido o título de miss e caído em desgraça, Angie terá tido uma relação com o narcotraficante mexicano conhecido como "o monstro". Dele aprendeu os meandros do tráfico e, depois de se separarem, deu início ao seu negócio, recrutando jovens mulheres, modelos como ela, para introduzirem cocaína na Europa. Aparentemente, a droga colombiana era enviada para o México e daí para o Velho Continente.

As autoridades não sabem se ela própria transportou cocaína nas suas viagens, mas no seu passaporte há registo de várias passagens pelo México, Espanha ou Los Angeles, entre outros destinos, segundo o El Tiempo. O mesmo jornal colombiano diz que as autoridades acreditam que o seu objectivo era mover pelo menos uma "mula" por dia. Em tribunal, onde foi ouvida ontem durante quase duas horas, Angie negou qualquer relação com o narcotráfico.

Fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1580256&seccao=EUA%20e%20Am%E9ricas

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